Pessoal

Hoje vou abordar algo mais pessoal para mim, que não toco particularmente porque quero, nem gosto de o fazer. Ultimamente sinto a minha sanidade mental a deteriorar se a medida que o tempo passa, se calhar sou eu que pertenço numa instituição onde me fico sedada 24h sob 24h.

É cada vez mais difícil para mim destingir o real da ilusão, cada vez mais difícil conter o que sinto e manter a minha postura. Não consigo sorrir por vontade, cada vez mais sensível. Cobro-me com lençóis e mantas para me esconder de uma realidade até chegar um novo dia, em que os de semana se baseiam em sobreviver e afogar-me em trabalho para não me auto-destruir.

A dormência que sinto está a tornar-se cada vez mais em relação ao normal. Começo a divagar mais e perco-me na minha mente, confundo-a com a realidade e deixo-me afundar por breves momentos - nesses mesmos entro num frenesim que me leva o ar. diria em poucas palavras que é horrível a sensação -  No dia-a-dia, por pura cortesia conhecidos e amigos perguntam me como tenho passado, e novamente por pura cortesia respondo - "bem, obrigada..." - não valeria a pena atormentar quem não merece com a verdade.

Gostava de respirar fundo e tornar-me normal, mas talvez perdesse a minha essência, extravagante.
Olho para os outros como se de outro lado do mundo, como uma espelho, e reflicto o que ninguém quer ver invejo-os. Sinto-me tão longe de tudo e todos que acho que nunca ninguém irá me alcançar.
Passos os dias gelada, literalmente, sinto facas nos pés quando caminho pela cidade que não imite o mínimo som para mim, e ate seja melhor assim.

Não sei se consigo durar com isto durante muito tempo... ou durante muito mais tempo.
Entre eles nada se esconde, nada se perde, tudo se esclarece.
Luminoso olhar que ela sente quando o vê, olhar carente quando ele a beija.
Ambos inocentes, depravados, desajeitados, mas sempre presentes ambos envolvidos num crime recente onde nenhum se acusa como culpado.

Juro

Sinto que não tenho controlo sobre mim, sinto que me puxam para baixo a cada dia que passa e nada me pode salvar. Juro que tento combater isto todos os dias mas acabo com mais uma luta perdida, derrubada e por sua vez fico cansada e só me apetece deixar levar.

Quero sentir o calor do sol no meu corpo, quero o seu conforto quando for a minha hora de me render de uma vez por todas. Que me deixe levar e em vez de apenas algo mórbido e apodrecido me torne em rosas, com mil espinhos. Perfumando o ar poluído.

Divago

Recordo-me de ser ingénua e pensar que conhecer-te era fácil e ter-te alcançável.
Mas como, mas porquê, mas para quê?

Acolho-te em meus braços como és, como serás, como virás a ser. Todo tu e toda eu, não peço por mais pois seria pedir muito, seria egoísta e isso não somos, não podemos ser.
Chego para ti? Ou tu que não me chegas - não quero isso - ou serás tu que não me queres? Queres me fazer desaparecer ou só expulsar-me?

O mais intimo eu a pedir pelo mais intimo teu - nada que possa exigir - aceita-me como sou, como virei a ser - um pedaço quebrado - fria de uma consciência consumida por amargo ardor.
Some days I trully feel like crying. Today is one of those. I wish someone would take the time to just sit quietly with me so i can cry in silence through the night or day, so for just once I would end up okay.
gostava de ter a imensa inspiração que me permitisse escrever sempre que quero e por si sair algo decente, que se possa ler com gosto e se sinta uma alma, uma emoção. Em vez disso vomito palavras sem animo ou vida, é deprimente.

Blank Mind

I wish my mind just went blank.
Not thinking, not making me suffer, not letting me bring harm among myself.
Just blank sweet nothing, just dark no sound, no over analysing, no nothing.
A music that is brought by silence and ends in silence - letting you enjoy every second.

Am I not allowed to have a blank mind, or am I just not allowed to love you in the big dark nothing.
Let me dance and enjoy you with all my might, because nothing more matters when the noise comes back to take you away from me. Letting me once again suffering and waiting, waiting... just waiting.

Cada limite

Se eu soubesse:
Que a cada minuto ia ser como um estaca que me atravessa o ser.
Que a cada segundo sinto-me mais morta que o anterior.

Se eu soubesse que ia ficar de tal estado que poderia morrer, teria-me deixado levar mais cedo. Erguia os meus braços a volta do teu pescoço, beijaria o teu rosto e ter-te ia dito um último adeus, amarga vida. Sinto que já não sabes quem sou, ou que nunca soubeste.
Custa-me aqui ficar sabendo que estou rodeada de paredes em espaços pequenos... aqueles que tanto odeio e tanto me perseguem, talvez seja consequência.

Tenho limitações inúmeras, essas que são fantasmas de casas abandonadas em que a morte deixou o seu rasto e cheiro ainda permanente.
Sinto uma dor avassaladora, esmagadora, agoniante. Uma consequência de um modo de vida intolerável para tantos outros mas tão perfeito para ti, tão único.  

Bate as 4h da manha e soltam se as merdas de inseguranças dentro de ti como uma fumaça negra, tão negra quanto os meus pulmões corrompidos de fumador. Sentes-te livre durante um momento, aquele que inspiras um primeiro vento fresco do quase sol nascente - nesse mesmo momento volta tudo - sentes-te de novo na mesma prisão de palavras, no mesmo peso de alma, no mesmo bafo quente.
É agora de manha, não te vale de muito.

Deixaste de existir à horas atrás.
E quis parar o fluxo e o que me é mais natural, porque sofro e custa-me, como agulhas nos olhos e mãos, uma falta de ar tremenda. Custa-me tanto que quero parar, mas parar não é opção, porque continuas a fluir, a renascer e queres te soltar de mim a força, tal essa que sai remoída e cansada mas sai.

E quis parar com o que me é mais natural porque sinto mais o que não quero e sei que o sinto porque dói.
Dor tão natural para mim que já não vivo, sem ti.

Moonlight

Keep close to what brings you joy, what makes you smile or even cry, what brings you the light to survive another day.

I smile to the moonlight that brings me the joy that i could ever wish apon, i wished for a smile and one i have and a motive to have it, so i thank you Moon for bringing me a reason beyond the stars. I thank the Moon for the life she gaves me like i'm her child and love she floods me with.
Thank you mother Moon. Thank you father Sun.

marre de cette merde

Quero escrever sobre a minha frustração, que sou incapaz de verbalizar e mesmo que o fosse não quero que ninguém saiba dela, prefiro afoga-la sobre camadas de sorrisos. Pode ser que um dia me esqueça dela e ela de mim.

Um dia que me afogue a mim mesma nela e ela em mim, que me destrua e corroa lentamente a medida que o meu interior vai apodrecendo e tornando-se incapaz de mover, respirar, sobreviver. Um dia que me torne numa roseira e nos meus espinhos te deites, sofras e me querias. Me queiras tanto que morras em mim e assim parte de mim farás e eu parte de ti farei.

Seremos eternas.
A cada instante que passa eu sinto-o. Sinto tudo a desmoronar, a desintegrar-se, a enfraquecer, a deixar de ser o que era a transformar-se, a mutar-se.

Lentamente a corroer tudo a sua volta, enche-me de medo, enche-me de ânsias, de pânico, um desconforto irresistível. Sinto-o a deixar-me incapacitada, irritada de mim mesma, destroçada de todos.

Por quantas já passou

Quantas insónias já lá vão, inundadas em pensamentos debruçadas sobre um para peito a questionarem se sobre a inspiração que nunca chega por mais forte que a vontade seja. Um cliché enorme que transborda das minhas mãos, tal como a areia que apanho e tento carregar comigo, que já se torna patético.

Um sentimento de solidão, tristeza, escuridão... As tentativas de fuga de uma realidade moribunda que nos dá um gosto de morte na boca e um olhar assassino por entre as lágrimas já há muito derramadas.
O sentimento de incompreensão por parte alheia e as saudades de uma liberdade inexistente numa brisa de fim de verão.

Ninguém percebe por completo este termo de solidão até ao momento de isolamento do seu exterior que nos leva a um estado de apatia. É a loucura em estado terminal, uma sede que não se apaga, não se deixa levar e não quer abalar.

sonolência


Entre o tic...tac do relógio na escura noite, o passar dos carros que vão deixando para trás um rasto intoxicante, ali, deitado sobre um manto junto a uma janela, semi-aberta por onde onde entra uma ligeira brisa, uns atentos olhos verdes percorrem as estradas e céus. 
Como se paralisado estivesse, hipnotizado pelo tic-tac que inconscientemente lhe prende todos os movimentos  talvez ate o ar e talvez ate seu tempo. Sem se mover, sem nada que o detenha ou que o chame para viver, eternamente imóvel, eternamente sozinho, o tempo que para ele não importa, que já há muito morreu, continua a nunca parar nem por sua ordem. Com o reflexo do sol nascente ve-se por todo o espaço uma lenta, intemporal valsa de partículas de pó que regalando-se pelos espaços, vão caindo e nunca parecem acabar aquela louca valsa. 

Uns abafados sons, por aquele infame tic-tac de um relógio de mesa. Constante e presente nunca o abandonando faz o tempo abrandar, apenas para ele, mais uma vez na sua eterna morte.