É o começo de um novo dia, ou assim eu queria acreditar, como tal faço todas aquelas monótonas e já computorizadas actividades como quaisquer outras pessoas, mas o que se muda neste dia é a descoberta de um lenço.
Um lenço? Sim um lenço, azul turquesa e preto que ainda não sei como guarda vestígios de um perfume ao qual não sinto o cheiro a 2 anos se não me engano, que nele guardava um livro ao qual o proprietariado deve sentir a falta ou simplesmente já apagou da memoria os dias em que mo emprestou. Também não o culpo, sei perfeitamente que a maneira com que acabamos os nossos fios foi se não mais nem menos com uma tesourada, nem perdemos tempo a tentar cola-los de volta.
Para quem sabe da historia, mais parece um conto infantil, acha que foi um erro para mim ter permitido sequer tal coisa acontecer, mas para mim que sei o quanto mudei graças a uma única pessoa foi como viver por momentos num conto de fadas em que tudo era cor-de-rosa e apenas uns quantos espinhos lá pelo meio. Terá sido um erro? Não sei nem será agora que o vou descobrir, nem brevemente, faz parte de um passado já longe e soprado pelo vento para ser eternamente guardado por uma caixa inexistente.
Houve alguém, anonimamente, que comentou sobre um texto que escrevi sobre os meus desejos, esse alguém comentara que a meus caprichos não haveria solução e eu muito insensatamente respondi que nunca se saberá o futuro mas apesar da minha resposta eu sei perfeitamente que a pessoa que comentou aquele texto de desabafo tem toda a razão. Porquê? Porque nada é tão doce quanto o mel ou tão acido como o vinagre e nada é preto no branco, existe sempre uma zona cinzenta desconhecida a qual eu já sei os caminhos.
E porque é que já os sei? Porque quantas mais voltas dou o fim é mesmo, tanto para os meus caprichos como para outro fim qualquer, tal como a minha amizade, o meu amor e memoria nunca se iram esquecer daquele livro e lenço, ou de como desejei já em tempo passados te-lo sempre a meu lado, eu sei que nada poderia ter feito que alterasse o resultado.
Há pontas por onde não se pegam.