Começa tudo com um calor refrescante que me aquece o rosto e faz com que os meus cabelos mergulhados em ouro e chocolate brilhem como o sol de um verão acabado de nascer. Parece que nada ali está errado, aquece-me o corpo e deslumbra-me o rosto para que o possas ver mais nitidamente, pareço-te uma princesa ou só me vês como criança?
Uma faísca saltou-me para os olhos e cegou-me completamente, peço-te que me guies por este crepúsculo caminho onde apenas vozes oiço, com muita clareza que me assustam com aqueles cantos.
Pegaste nas estrelas dos meus olhos e devolveste me a visão, mas por essa altura já tinhas tu, então, te cegado a ti mesmo para o bem de mim, deixaste de ver o caloroso brilho que insiste em permanecer em mim, se não me podes ver então não te quero ver. Peguei nelas, naquelas estrelas tão fogosas, e mandei as ao lago para assim permanecer na escuridão contigo.
Tudo acabou com o luar apaixonante e umas estrelas no fundo de um lago que nos iluminaram para todo o sempre.
As vezes pergunto se te recordas das minhas feições, as vezes perguntas me se me lembro das tuas, mas como nos podemos esquecer do brilho que outrora nos cegou mas ao mesmo tempo nos aproximou? Esse mesmo que nos preencheu as caras de calor imenso. Decidi então perguntar-te – ‘queres ver-me?’- respondeste me como se fosse louca, -‘isso é pergunta que se faça?’- ah era tudo o que queria ouvir, pensei…
Rezei para que as estrelas dos meus olhos voltassem para mim, não só para mim para nós e foi o que fizeram.
Afinal tudo não acabou, ficou pelo meio, agora acordo todas as manhas a teu lado, ambos com aquele brilho e calor refrescante a cobrir-nos.
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