Algo

Foi o primeiro dia de sol do ano, ainda castanho cobria o chão e cinzento o céu.
Soprava vento, mas não havia frio.

Primeiro relance, uma troca de olhares, um andar despreocupado. E apagou-se da memoria.
Segundo relance, um café, amigos comuns, tarde fria. E apagou-se da memoria
Terceiro relance, um fim de tarde, cansaço, calor e uma pergunta seguida de um adeus. E apagou-se.
Quarto relance, um olá. E ficou na memoria

Não fora preciso mais, não fora preciso menos. Cresceu daí, fez se algo - coisa desvairada mas com a sua graça inocente - lentamente.

Falta solar


Se me considero a Lua, então foste o me Sol.
Passei tanto tempo rodeada das minhas estrelas e véu negro, consumida de mim mesma e meus pensamentos, foi se não o teu calor que me acordou ao querer que chegassem os fins de tarde só para te puder ter. Um crepúsculo de minutos que valorizava como horas, que guardava como diamantes.

Foi tudo tão rápido, 
Agora já não te vejo, 
Voltei a rodear me do que mais me é familiar 
Para não ter de te notar.

Pareces tão indiferente, 
Com esse teu radiar, 
Tão caloroso e fervente, 
Sorte será de quem te admirar.  

Se sou a Lua, tu foste o meu Sol.

Sinto-te falta

Tão rapidamente apareceste como fugiste da minha vida, e tenho saudades.
Foste-me muito por tão pouco, e sinto falta.
As vezes tento lembrar-me do teu cheiro, esse que tantas vezes residia comigo por algumas horas, e sinto saudades.

O teu mundo colidiu com o meu, e agora parece que nenhum existe, quiçá sintas falta.
Sei que o meu já não é o mesmo que fora, quero-o de volta.
Levaste de mim o que querias? Sentes lhe falta?