Devagar devagarinho, como um puzzle por fazer, em que as peças já desgastas vão se libertando umas das outras com aquelas ligeiras brisas de ar quente que por entre um freio da janela entram, assim me parece a minha alma... alma? Que alma?
Devagar, bem devagar, o desgaste vai se alastrando, não por fora mas por dentro, corroí e moí já sangra sem sangue derramar, já vão litros sem ninguém reparar. As vezes mato um ou dois e bebo sangue mas nem esse chega para consular... consular? Que consolo?
Um, dois, três e aqui estou outra vez, quatro, cinco, seis é a vez dos reis, sete, oito, nove e dez é a vez do bobo te dar com os pés.
Devagar, vagarosamente, vem o cheiro a cozido mas não é um qualquer, não senhor/a, cheira a carne podre, fora do prazo, carne em decomposição, é humana? Não sei não a cheirei, senti-lhe o sentido fora de mim e agora assim aqui fico a cheirar o que senti...
Devagar, lentamente, já lá foi o doente que nem se aguenta nas pernas frágeis mas também não admite a derrota, talvez fosse ele o cheiro que senti vinha da cozinha da menina, aquela que não fala nem brinca, pobre menina.
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