sacrifício

Assim que mexo os meus pés para te alcançar, para te poder tocar e para te respirar o teu perfume, para ser um só contigo. Tudo se perde, tudo se danifica, tudo fica escuro e nada se consegue salvar, nem eu.

“É assim tão difícil conquistar uma pequena meta, um pequeno desejo, um pequeno delírio.”

Perdoa-me a indelicadeza, perdoa-me pela parvoíce, pela impureza e pelo pecado com que me enches a alma, as veias e o corpo. Não foi minha intenção ser arrastada para tão longe, acredita no que te digo.

“Devias ouvir este rufar de tambores que oiço todos os dias em que me apareces no pensamento.”

Foi este o comprimido errado para se tomar, não foi este o contracto que assinaste comigo ou simplesmente é um dom que me deste, para ti não sou mais que a noite que escurece o dia.



“...és o final sacrifício” 




Charlotte Marrie Annabel Leconné Byrne

The saddest melody

Vi um pássaro a passar por mim, começou a cantar tão alto que parecia que todo o mundo o iria ouvir, com medo que se fosse embora numa gaiola o aprisionei para me cantar todos os dias, aconteceu que o pássaro perdeu a voz, nada mais ele cantava para mim. Soltei-o e pensei, agora que não tens voz como vais cantar belas melodias?
Pois parece que a recuperou e com um extramente alto som que me fez um zumbido nos ouvidos cantou a história da minha vida, todos os pormenores ele cantou, com clareza tanta que temi que a vizinhança o ouvisse, mandei-o embora, ora ele continuou a cantar e cada vez mais alto que não havia fim para aquela melodia, não saiu de minha janela durante dias, meses, anos, não saiu sempre a cantar.

Quando morreu, senti lhe falta da cantoria, era o único que me fazia companhia, o que me cantava ao ouvido e o que me mantinha entretida, pois maldita a hora que o aprisionei.


Afinal nunca fui eu, era ele que me libertava e que me aprisionava.