your arms


Gota a gota, pareciam cair lentamente sobre mim, conseguia sentir cada toque que caia sobre o meu cabelo, rosto e roupa…
A tua mão estava a aquecer a minha, era o único calor que sentia naquele momento. O meu corpo estava imóvel sobre o teu, com os teus braços me suportavas e ao mesmo tempo me tentavas aquecer, para conseguir alguma reacção do meu ser, que com um olhar espelhado trespassava o teu. Talvez não conseguisse mover-me, aquela sensação de mágoa não me desaparecia do coração, como se me estivesse a esmagar aos pouco por dentro, como que todas as minhas forças se tivessem desvanecido numa questão de segundos.
Ainda recorreste a meus lábios para tentar que alguma reacção saísse dali, nem que um estalo fosse, mas nada, apenas um olhar vazio e um corpo congelado. Não te pedi ajuda, nem queria mas mesmo assim ali continuaste. Pediste-me para te contar tudo, sempre me pediste para te ser sincera, sempre o fui, nunca nada te escondi mas aquela pequena dor só eu a sentia… Gostava de a poder fazer desaparecer, de conter um sorriso nos lábios como outrora continha – “aquele que só tu mo punhas” – era complicado para mim partilhar aquela dor contigo pois era algo insuportável, como poderia eu sujeitar-te a tal tortura?
Só te quero ver feliz! Sorri para mim” – era sempre com um ar preocupado que ditavas estas palavras. Queria poder explicar-te o turbilhão que estava dentro de mim naquela altura mas impossível era já que apenas eu a continha e apenas eu sabia as razões, talvez não as que ele tivesse medo que fossem mas sim desconhecidas, doutro mundo.
Desculpa, desculpa, desculpa!” – implorava-te interiormente, nem palavras eram precisas para ver que no teu olhar já me tinhas perdoado.

Ambos lutavam para proporcionarem um ao outro a felicidade que nenhum tivera ate ali sentido’ 

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