Entre eles nada se esconde, nada se perde, tudo se esclarece.
Luminoso olhar que ela sente quando o vê, olhar carente quando ele a beija.
Ambos inocentes, depravados, desajeitados, mas sempre presentes ambos envolvidos num crime recente onde nenhum se acusa como culpado.

Juro

Sinto que não tenho controlo sobre mim, sinto que me puxam para baixo a cada dia que passa e nada me pode salvar. Juro que tento combater isto todos os dias mas acabo com mais uma luta perdida, derrubada e por sua vez fico cansada e só me apetece deixar levar.

Quero sentir o calor do sol no meu corpo, quero o seu conforto quando for a minha hora de me render de uma vez por todas. Que me deixe levar e em vez de apenas algo mórbido e apodrecido me torne em rosas, com mil espinhos. Perfumando o ar poluído.

Divago

Recordo-me de ser ingénua e pensar que conhecer-te era fácil e ter-te alcançável.
Mas como, mas porquê, mas para quê?

Acolho-te em meus braços como és, como serás, como virás a ser. Todo tu e toda eu, não peço por mais pois seria pedir muito, seria egoísta e isso não somos, não podemos ser.
Chego para ti? Ou tu que não me chegas - não quero isso - ou serás tu que não me queres? Queres me fazer desaparecer ou só expulsar-me?

O mais intimo eu a pedir pelo mais intimo teu - nada que possa exigir - aceita-me como sou, como virei a ser - um pedaço quebrado - fria de uma consciência consumida por amargo ardor.