Não pode ser um inverno tão frio. Não me deixes congelar, tornar-me num glaciar e gelar te a ti como a mim.. deixar-te morrer em meus braços, sem qualquer lágrima derramar, sem qualquer ultimo folgo expirar.
Talvez seja tempo de te deixar ir, deixar-te procurar uma estação em que possas correr livremente por campos verdejantes e aquecer os pés. Mas deixa-me a mim. Deixa-me sozinha, morrer, numa escuridão imensa que merece apenas a minha existência, não a tua, apenas a minha.
Não passo de uma concha, sem alma, sem folgo, sem calor, sem ser, sem humano. Não passo de um objecto inanimado derivando ao sabor de uma maré que não saberei onde me levará ou se levará.
Não passo de uma concha, sem alma, sem folgo, sem calor, sem ser, sem humano. Não passo de um objecto inanimado derivando ao sabor de uma maré que não saberei onde me levará ou se levará.