Acto I

 A frustração verbal que não quer fluir dos meus rosados lábios, que tanto tentam te chamar a atenção, a incapacidade de me aproximar, que nem o vento ajuda a tentar, a vergonha, esse que se mete entre nós. Surgiu um ruído imenso vindo do longe para me alcançar, cada vez mais rápido, cada vez mais nítido, aquela aceleração que faz sentir uma pressão que seria capaz de fazer estoirar o mais hercúleo coração. 
 Falta de coragem, pouca que ela se torna, faz os olhos brilhar mesmo que se esteja perante o Luar, límpidos reflexos oculares que por já tão pouco começam a lacrimejar. Lua esta que acompanha mas não desenvolve, observa lentamente o seu passar, num silencio ensurdecedor mas no entanto esplendoroso.

Faz com que passe, ou não.